dezembro 29, 2004

Obrigada...

A todos os que me teem visitado, o meu obrigada.
Por me lerem, por me aceitarem...
2000 visitas em 5 meses, não é nada mau...
Ou daí talvez não...lol


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dezembro 25, 2004

O TEU OLHAR

Quando fito o teu olhar,
Duma tristeza fatal,
Dum tão íntimo sonhar,
Penso logo no luar
Bendito de Portugal!

O mesmo tom de tristeza,
O mesmo vago sonhar,
Que me traz a alma presa
Às festas da Natureza
E à doce luz desse olhar!

Se algum dia, por meu mal,
A doce luz me faltar
Desse teu olhar ideal,
Não se esqueça Portugal
De dizer ao seu luar

Que à noite, me vá depor
Na campa em que eu dormitar,
Essa tristeza, essa dor,
Essa amargura, esse amor,
Que eu lia no teu olhar!

in Florbela Espanca
(Poesia Completa, 8-1-1916)

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dezembro 22, 2004

Intuição...

Serenei a alma...
Reflecti o olhar em ti...
Recreei o teu corpo, o teu sabor...
Inalei o aroma de teu colo...
E senti, sim senti...
Em mim asas de mil saudades...
Lutei, sem norte mas com vontades...
Ai de mim, amor de uma lua distãnte...
Sonho de uma alma errante...
Ai de mim que venero, as asas que te trazem de volta...
O corpo imaculado de um ser iluminado...

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dezembro 21, 2004

Sonhar mais alto...

E por ti sonho mais alto...
E no meio de ti, me encontro a mim...
Tu que surgiste do nada, fazes-me falta...
No teu olhar vejo o passado de muitas luas...

E por ti sonho mais alto.

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dezembro 16, 2004

Sinto na pele...

Sinto na pele um gosto estranho…
Sinto no céu um horizonte diferente…

Serei eu que mudei,
Ou o teu amor por mim sufocou?
Sinto nas palavras culpas que não tenho…
No leito uma sinfonia a crescer…

No peito palpitações de mil pressentimentos…
No pensamento uma razão inexplicável…
Sou uma alma em obscuros rituais,
Na busca da razão…

Sinto na pele um gosto estanho…
Sinto no céu um horizonte diferente…

Nos teus olhos maresias de um querer…
Mas tuas mãos o vazio de meu ser…
No teu regaço jaz a minha consciência…
Em minha alma singelamente o teu sentir.

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dezembro 10, 2004

Beleza Além Mar...

Através de lugares inócuos viajei...
E em lugares inóspitos velejei...
Para encontrar na Europa um coração
Para vivenciar de longe esta paixão

Beleza além mar...
Beleza além...e um dom de amar...

Através de montanhas e riachos procurei...
Em vilas e campos...por terra e mar...
Vilarejos e até rochas escalei...
Para em meus sonhos...te amar

Beleza além mar...
Maior do que a terra...
E mais puro que o ar...

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dezembro 08, 2004

É preciso ter calma.

Amor, essa palavra que me mata
me corta (como uma faca) me deixa no chão,
como um cão nu sem sossego, como o prazer que te nego.
Dor, cativa, privada, bruma que te cobre o corpo de fada,
sonho, distante na mente e de repente, saber que se está só.
É duro, é puro, o futuro,
sempre presente como o céu na tua frente
pintado, queimado, vazio assumido de um corpo triste
despido e uma mão que se estende, depende
de quem vier é mesmo assim que se quer.
Longe ou perto, tudo é deserto.
Tudo é montanha que te arranha a alma
com fúria, com calma.

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma

Vês o passado dorido, ferido
agora tudo te é querido.
Memória, vitória, não é esta a tua historia.
Voou a tua vida, perdida
por entre os braços da SIDA.
Mentira, roubada, pesada, uma seringa trocada,
um prazer que a gora é nada.
Perdoa se não sei o que fazer,
mas sei que deve doer, dá-me o teu olhar
e eu dou-te o meu amor,e o beijo urgente,
premente,
esperãnça que não dorme, conforme,
e dita o eu estar aqui.
Amanhã sei lá, para já o som da guitarra
que me agarra, me prende, me solta,
e a ti dá-te a volta,ao sorriso,
tem calma...

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma.

Juízo, não tenho medo, não temo,
só tremo de pensar...
mas não penso, e tenso te faço viajar com a voz.
Lembro Novembro passado
quando os dias eram curtos e as noites de fado,
rasgado, cantado, sentido.
No Deus que criámos aprendemos a viver,
de cor, meu amor, e agora, é a hora,
tudo fica por fazer,
quero-te dizer mais uma vez
que te amo, talvez, te quero,
te espero e desespero por ti,
e que isso só por si
me chega p´ra viver, mesmo quando só houver...
silêncio...
imenso, e dor, e pior meu amor,
a lembrança que descansa
os olhos teus nos meus...
Adeus.

É preciso ter calma
Não dar o corpo pela alma.

in Pedro Abrunhosa

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dezembro 04, 2004

AMAR !

Eu quero amar, amar perdidamente !
Amar só por amar : Aqui ... além ...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente ...
Amar ! Amar ! E não amar ninguém !

Recordar ? Esquecer ? Indiferente !...
Prender ou desprender ? É mal ? É bem ?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente !

Há uma primavera em cada vida :
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se deus nos deu voz, foi para cantar !

E se um dia eu hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder ... pra me encontrar ...

in Florbela Espanca ( Sonetos )

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