dezembro 25, 2004

O TEU OLHAR

Quando fito o teu olhar,
Duma tristeza fatal,
Dum tão íntimo sonhar,
Penso logo no luar
Bendito de Portugal!

O mesmo tom de tristeza,
O mesmo vago sonhar,
Que me traz a alma presa
Às festas da Natureza
E à doce luz desse olhar!

Se algum dia, por meu mal,
A doce luz me faltar
Desse teu olhar ideal,
Não se esqueça Portugal
De dizer ao seu luar

Que à noite, me vá depor
Na campa em que eu dormitar,
Essa tristeza, essa dor,
Essa amargura, esse amor,
Que eu lia no teu olhar!

in Florbela Espanca
(Poesia Completa, 8-1-1916)

4 Comments:

Blogger Toze said...

Continuação de um Feliz Natal Elisa :)

Finurias

5:28 da tarde  
Blogger Toze said...

Considera-te Linkada ;)

Finurias

2:53 da tarde  
Blogger Corpos e almas said...

Gostei muito da visita que aqui fiz. Prometo voltar :-)

8:45 da tarde  
Blogger Unknown said...

Vejo aqui um imenso mar de infinito, que murmura sibilos da espuma alva. Pois é, vou ter de perder imenso tempo, a aprender a navegar nele. Mas tenho a certeza de que valerá a pena. Beijo.

www.escrevistos.blogspot.com

10:18 da tarde  

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