O TEU OLHAR
Quando fito o teu olhar,
Duma tristeza fatal,
Dum tão íntimo sonhar,
Penso logo no luar
Bendito de Portugal!
O mesmo tom de tristeza,
O mesmo vago sonhar,
Que me traz a alma presa
Às festas da Natureza
E à doce luz desse olhar!
Se algum dia, por meu mal,
A doce luz me faltar
Desse teu olhar ideal,
Não se esqueça Portugal
De dizer ao seu luar
Que à noite, me vá depor
Na campa em que eu dormitar,
Essa tristeza, essa dor,
Essa amargura, esse amor,
Que eu lia no teu olhar!
in Florbela Espanca
(Poesia Completa, 8-1-1916)
4 Comments:
Continuação de um Feliz Natal Elisa :)
Finurias
Considera-te Linkada ;)
Finurias
Gostei muito da visita que aqui fiz. Prometo voltar :-)
Vejo aqui um imenso mar de infinito, que murmura sibilos da espuma alva. Pois é, vou ter de perder imenso tempo, a aprender a navegar nele. Mas tenho a certeza de que valerá a pena. Beijo.
www.escrevistos.blogspot.com
Enviar um comentário
<< Home