fevereiro 28, 2005
| |fevereiro 22, 2005
A TUA VOZ NA PRIMAVERA
Manto de seda azul, o céu reflete
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios húmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!
Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo beijo...olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!
Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elastica dos gamos...
Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!
in Florbela Espanca
(Poesias completas)
fevereiro 20, 2005
| |Hoje...
Acordei hoje com saudades...
Do tempo a teu lado,
Do toque de tua pele no meu peito...
Desejei estar na tua cama,
Sonhei que nada havia entre nós...
Não tinha memórias,
Nem sentimentos de culpa...
E desejei ser tua,
Hoje, agora, sempre...
Como eu queria não saber,
não sentir, não sofrer...
Acordei hoje com saudades...
Saudades de mim, de ti, de nós,
Do calor do teu regaço...
fevereiro 19, 2005
FILTRO
Meu Amor, não é nada:-Sons marinhos
Numa concha vazia, choro errante...
Ah, olhos que não choram! Pobresinhos...
Não há luz neste mundo que os levante!
Eu andarei por ti os maus caminhos
E as minhas mãos, abertas a diamantes,
Hão-de crucificar-se nos espinhos
Quando o meu peito for o teu mirante!
Para que corpos vis te não desejem,
Hei-de dar-te o meu corpo, e a boca minha
Pra que bocas impuras te não beijem!
Como quem roça um lago que sonhou,
Minhas cançadas asas de andorinha
Hão-de prender-te todo num só voo...
in Florbela Espanca
(Poesias completas)
fevereiro 16, 2005
Meu...
Tu que em noites alvas,
percorres o meu corpo...
Em sussuros me possuis,
e me chamas de tua...
Me alentas os dias,
serenas as minhas noites...
Pedaço do meu universo,
parte do meu corpo...
Tu que habitas,
no mais íntimo de meu ser...
Meu homem,
meu amor...
Minha força,
minha tentação...
Senhor da minha alma,
Confia que sou tua...
fevereiro 14, 2005
|fevereiro 11, 2005
| | |fevereiro 09, 2005
| |fevereiro 08, 2005
| | |fevereiro 07, 2005
JÁ NÃO SOU QUEM ERA
Já não sou quem era
Meus sonhos não são iguais
Já não sou quem era
A hora é sincera
E eu sinto que me estou a agitar
Já não fico à espera
Já não fico à espera mais
Já não fico à espera
De ver acender
Essa luz que me quer ofuscar
Já vejo com meus olhos
Já vejo sem me deslumbrar
Já vejo as limitações
Já vejo com meus olhos
Já vejo sem me enganar
Perdi as ilusões
Conheço as limitações
Já não sou quem era
Meus sonhos não são iguais
Já não sou quem era
A hora é sincera
E sinto que me estou a agitar
in Antonio Variações
cantado por Humanos
A ti me dou...
No limite de minha alma estás tu...
No limiar da realidade estás tu...
Que me perdoem todos aqueles,
que me acompanharam nesta estrada...
Quem me ama, quem apenas me admira ...
Mas quando se ama e, se é correspondido,
Quando o nosso outro Eu, muda o seu rumo...
O meu ego que me perdoe, mas eu quero ser feliz...
A teu lado meu amado cariño,
pelo tempo que te fizer feliz.
Sem prazo, nem hora marcada...
A ti me dou meu amado senhor.
fevereiro 03, 2005
Raizes...
Eu que nasci sob a protecção do Espinheiro,
tenho o símbolo do Cálice gravado no sentir...
Herdei a vontade de aprender,
de vencer como senhora de um destino...
Sou a sede de crescer,
de evoluir...
Prendo-me á Terra como filha,
e sou Mãe de um Sábio...
Gero a certeza de voltar,
a nascer, a sentir...
Hei-de carregar em meu colo,
a vontade de outras terras...
Serei a senhora que te viu nascer,
A mais feliz entre as mulheres...
Por ti sou mais humana,
em ti sou a fada que te zela ...
Solto as minhas raízes,
á Terra que te ensina...
Respeita-a, venera-a,
porque por ela serás melhor, serás maior.