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Meu Amor, não é nada:-Sons marinhos
Numa concha vazia, choro errante...
Ah, olhos que não choram! Pobresinhos...
Não há luz neste mundo que os levante!
Eu andarei por ti os maus caminhos
E as minhas mãos, abertas a diamantes,
Hão-de crucificar-se nos espinhos
Quando o meu peito for o teu mirante!
Para que corpos vis te não desejem,
Hei-de dar-te o meu corpo, e a boca minha
Pra que bocas impuras te não beijem!
Como quem roça um lago que sonhou,
Minhas cançadas asas de andorinha
Hão-de prender-te todo num só voo...
in Florbela Espanca
(Poesias completas)
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