setembro 24, 2004

a mim retorno...

Caíu a noite...
Percorro de olhos fechados, o caminho que me leva ao rio...
Entro na floresta que me espera, sedenta de mim...
Aos poucos abandono minhas vestes de mortal...
Eis que chego á margem de meu rio, esse que corre lento em minha vida...
Abro os braços á noite, essa que me acaricia o corpo nú, de preconceito...
Entro nas águas ansiosas de me sentir...
Delicío-me com o calor de um mundo novo, de uma doce homenagem...
Mas o tempo urge, e tenho que continuar o meu ritual...
Solto o cabelo ao vento que me desnorteia o pensar...
Visto minha branca tunica de linho, e continuo o meu caminho...
Chegada ao meu mundo, oiço a musica de flautas...
Danço; sim danço para a noite, para o meu povo, para mim...
E com um sorriso nos lábios, aceito de volta as minhas asas...
Perdoei-me, e fui perdoada...
A minha vida, de novo me pertence.

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