janeiro 31, 2005

E se...

O meu mundo parar?
Nunca mais se soltar uma lágrima,
um suspiro, um olhar...

Nunca mais o meu coração,
palpitar no peito de alguém?
Nem o meu aroma voar...

Sentirias tu a minha falta?
A minha ausência,
Notarias que já cá não estou?

Pensa, sente no profundo de ti...
Imagina a tua vida sem mim...
E assume o que sentes.

Seja lá o que fôr...


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janeiro 27, 2005

Almas...

Hája em mim sonhos de marfim...
Luas de cetim...
Emana de ti um sentir enebriante...
Uma doce e gentil cegueira...

Alma de um ser iluminado,
perdida no tempo esquecida...
Desorientadas estão as almas,
de quem me espera na noite perdida...

Percorres tempos infinitos,
em busca de uma fé, de um ideal...
não sabes que aqui estamos,
nem que te esperamos...

És uma alma errante,
sofres o pavor de uma nova era...
Esperas e esperando,
percorres caminhos de dor...

Tu que na noite esperas...
Que recordas glorias passadas...
Tu que me chamas,
Que me esperas do outro lado...

Permite-me a divina felicidade,
de me ausentar por um dia...
De te esperar,
de te lembrar...

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janeiro 25, 2005

Serei...

A sombra que no entardecer te percegue...
O olhar que no espelho te mira...
A nuvem que te viu partir...
As mágoas que choras...

Serei...

Os lirios na berma da estrada...
O cantar de um melro...
A gota de suor em tua testa...
O desgosto no teu passado...

Serei...

O que quiseres que eu seja...
Aquilo que te alimenta...
O colo sentido de um momento...
As cores que emanam do teu corpo...

Serei...

Tudo o que quiseres...
Nada do que esperas...
Serei a semente...
O fruto...

E nada.

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janeiro 21, 2005

eu...

Aqui estou eu...
Presa a uma parede de lembranças...
Seguro as raizes que tu cortaste...
Recordo uma felicidade inconstante...
Serei eu apenas amante?!
Sei que me lembras...
Somos aquilo que escolhemos.
Temos aquilo que podemos.
Somos um só ser, dividido em dois...
Aqui estou eu...

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janeiro 19, 2005

Um dia mau.

Não quis guardá-lo para mim,
e com a dimenção da dôr legitimar o fim.
Eu dei, mas foi para mostrar,
que não havendo amor de volta,
nada impede a fonte de secar.

Mas tanto pior, e quem sou eu
para te ensinar agora,
a ver o lado claro de um dia mau.

Eu sei a tua vida foi,
marcada pela dôr,
de não saber aonde doi.

Mas vê-te bem,
não houve à luz do dia,
quem não tenha provado
o travo amargo da melancolia.

Então rapaz, porquê a raiva?
Se a culpa não é minha!
Serão efeitos secundarios da poesia.

Mas para quê gastar o meu tempo,
a vêr se aperto a tua mão.
Eu tenho andado a pensar em nós,
já que os teus pés não descolam do chão.

Dizes que eu dou só por gostar,
Eu vou dar-te a provar o travo amargo da solidão.

Tenho andado a pensar em nós,
já que os teus pés não descolam do chão,
dizes que eu dou, só por gostar.
Eu vou dar-te a provar o travo amargo da solidão.

É só mais um dia mau...

in Ornatos Violeta (O monstro Precisa de Amigos)



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janeiro 16, 2005

Para ti meu querido filho...

Avião sem asa, fogueira sem brasa,
Sou eu assim sem você.

Futebol sem bola, piupiu sem frajola,
Sou eu assim sem você.

Porque é que tem que ser assim,
Se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo o instante
Nem mil autifalantes, vão poder falar por mim.

Amor sem beijinho, bochecha sem claudinho,
Sou eu assim sem você.

Circo sem palhaço, namoro sem amasso,
Sou eu assim sem você.

Tô louca p´ra te ver chegar,
Tô louca p´ra te ter nas mãos.
Deitar no teu abraço,
Retomar o pedaço que falta no meu coração.

Eu não existo longe de você,
E a solidão é o meu maior castigo.
Eu conto as horas p´ra poder te vêr,
Mas o relogio está de mal comigo.

Porquê?
Porquê?

Neném sem chupeta, Romeu sem julieta,
Sou eu assim sem você.

Carro sem estrada, queijo sem goiabada,
Sou eu assim sem você.

Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo o instante,
Nem mil autifalantes, vão poder falar por mim.

Eu não existo longe de você,
E a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas p´ra poder te vêr,
Mas o relogio está de mal comigo.

in Adriana Calcanhoto (Adriana Partimpim)

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janeiro 15, 2005

Sim...

Quero-te…
Sim quero-te, desejo-te,
Amo-te quem sabe…

Tenho medo, estou viva…
Tanto que eu tenho para te dar,
E tão pouco tempo…

O teu aroma, o teu gosto…
As curvas em que me delicio,
O teu corpo moldado a meu gosto…

O desejo que em meu olhar cresce…
O calor que na minha boca floresce,
A sensação de morte em teu regaço…

Sim, quero-te…
Sim, desejo-te…
E sim, em teu olhar morreria…

Sim sou tua, apenas tua meu cariño.

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janeiro 13, 2005

Lembrança

Fui Essa que nas ruas esmolou.
E fui a que habitou Paços Reais;
No mármore das curvas ogivais
Fui Essa que as mãos pálidas poisou...

Tanto poeta em versos me cantou!
Fiei o linho à porta dos casais...
Fui descobrir a Índia e nunca mais
Voltei! Fui essa nau que não voltou...

Tenho o perfil moreno, lusitano,
E os olhos verdes cor do Oceano,
Sereia que nasceu de navegantes...

Tudo em cinzas e brumas se dilui...
Ah, quem me dera ser Essas que eu fui,
As que me lembro de ter sido... dantes!...

in Florbela Espanca (Poesias Completas)

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janeiro 09, 2005

Fica comigo...

A teus pés me coloco...
Na tua fonte venho beber...
A ti peço o impensável...
A ti que nada pedes, nada temes, nada exiges...
A teus pés me aninho, como menina perdida...
Na fonte da tua sabedoria, ensaio os meus pensamentos,
os meus medos, os meus sentidos...
Porque te quero, como quem quer o infinito...

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janeiro 06, 2005

Quem sou eu?

Eu sou como uma arvore, cujos ramos nunca foram podados...
Nasci indesejada, antes do tempo que me estava guardado...
Cresci segundo a minha vontade, começei a decidir por mim demasiado cedo...
Organizada, teimosa, meiga, orgulhosa, sedutora por natureza...
Acima de tudo sou Mãe...
Tenho aquilo que quero, menina de um amor próprio inabalavel...lol
Senhora de grande auto-estima...
Acredito no Karma, na oportunidade de remediar as coisas...
Acredito, que devemos ser sinseros, acima de tudo conosco próprios...
Sou de esquerda, Bloquista convicta( fruto de uma educação relegiosa, talvez).
Sou responsavel, e sonhadora...
Sou uma Gémeos com ascendente em Leão...
Trabalho na área de saúde, e gosto...lol
Acredito também que a caridade começa por nós, e em nossa casa...
Hum...
E com todos estes aributos, porque ainda sou solteira??
Perguntam-me frequentemente...
Porque para meu infortunio, aínda acredito em princepe encantado...lol
Tonta dirão uns, ingenua dirão outros...lol
Mas na verdade sou um pouco das duas...rsrsrsr
Tenho na ideia que todos nascemos para sermos felizes...
Todos, mesmo todos ( até eu...lol).
Bom, por hoje chega, espero com este post, ter "aliviado" a curiosidade de algumas pessoas ...
( ou ocupar espaço no blog...lol)
Obrigada, por me acompanharem, e façam o favor de serem felizes.

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